Cartas de amor.

  O poeta Fernando Pessoa disse em um poema seu que todas as cartas de amor são ridículas.

  Qual ridículo seria uma pessoa que escreve cartas de amor? Seria eu um ridículo? Ou um romântico, talvez o último romântico da ilha de São Luís.

    No decorrer da minha frustrada vida amorosa, já escrevi diversas cartas de amor, para diferentes tipos de amores, amores que só duram uma noite, talvez uma semana, já escrevi cartas de amor, para amores de carnaval, que me prometeu eterno amor na terça-feira de carnaval, é em uma quarta-feira de cinza qualquer se despediu de mim, levando a mala cheia de ilusão, me deixou sozinho, eu vendo a banda passar.

    Já escrevi poemas de amor para minha amada, onde escrevo versos de amor para ela, às vezes exaltando a sua beleza e formosura.talvez por isso, em troca, só ganhei mágoa e ingratidão.

    Em meus versos, transcrever toda a dor do amor, que muito leram, só que não acreditaram na minha dor, disseram que eu estava fingido,pois todo poeta é um fingidor, finge a dor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente.

    Esse texto tem muita pessoa, poeta portuguesa, pois me considero um aspirante a pessoa, talvez um dos inspiradores por sua obra.

    No último verso desse poema, todas as cartas de amor são ridículas, ele diz. A verdade é que, hoje, as minhas memórias dessas cartas de amor são ridículas. Agora escrevo para mim também que as memórias da minha carta de amor são ridículas.

    Por fim, tenho que dizer que todas as cartas de amor são ridículas, ridículas porque são escritas para amores ridículos e vazios, amores esses que só duram uma noite e não uma vida toda.

Por Davi Rodrigues